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Livro
O Avesso da Costura
- ou uma travessia -

"Cibele Oliveira é psicóloga, cantora, professora de canto e cantoterapeuta. Tem uma vasta experiência no universo do cancioneiro popular brasileiro, o que inclui a diversidade e extensão de gêneros. A sonoridade está encorpada no seu modo de viver e ver o mundo. Se pode dizer que a música vem regendo a sua vida desde menina. No entanto, se a música é intensa em Cibele, não será menos no seu interesse pelas palavras, pelo som das palavras, pelo ritmo de uma frase, de uma oração e tantas outras coisas que o leitor poderá agora reconhecer ao ler este belo e forte livro de estreia: O avesso da costura - Ou uma travessia -. Num fluxo contínuo acompanhamos uma narradora que precisa falar e precisa transformar seus silêncios em falas escritas. É uma narradora destemida em colocar sem régua na língua passado, presente e futuro, ainda que possa duvidar do que será depois da chegada do amor. Mesmo breve, é uma história que pela intensidade atravessa uma longa duração, como se a narradora precisasse retornar momentos diferentes de suas vivências e ao mesmo tempo soubesse e/ou desconfiasse que deveria continuar vasculhando sua memória. Não à toa o título do livro traz como metáfora o avesso da costura, aquilo que está por dentro mas precisa alinhavar para fora, fazer sua travessia de linhas-escritas. O que o leitor encontrará nessa narrativa é uma personagem intensa, com inquietações existenciais e cansada de tantos “ismos”, por isso questiona tudo e todos, inclusive ela mesma. Uma personagem que tem o que falar e sabe como falar, mais que isso: doma as palavras, o ritmo, a cadência, o fluxo sem perda nenhuma dos sentidos tão vívidos naquela mulher, fêmea, mãe, feminista, feminina, dura, frágil, realista, mas que não perde a ternura. Assim, com uma potência ferina e meticulosa, a personagem pode dizer como num poema conhecido de Adélia Prado em que sintetiza com esse verso: “mulher é desdobrável. Eu sou”.
Uma última nota: se quem ler essa orelha e pensar que é um livro fechado no universo feminino poderá se enganar, pois é uma obra que, independente de gênero, pode nos assombrar no que ainda temos de humano, sobretudo no amor."

Mário Alex Rosa

Poeta e editor mineiro

(Orelha do livro)
 

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